Primeiro dia da semana, primeiro dia da aula de orientação profissional!
Como consideração inicial, talvez todo mundo devesse passar por uma etapa de dinâmica em grupo pra conseguir aos poucos mexer na nossa "sopa interna". Tipo... cutucar na ferida mesmo, sabe? Cutuquei muitas vezes as minhas feridas pensando em qual objeto levar pra aula de hoje; levei um, mas falei sobre outros também.
Fiquei com vergonha de me jogar completamente, mas sei que uma hora isso vai sair bem normal e tranquilo sem que eu precise fazer aquela forcinha pras palavras chegarem! Um dia, um dia eu vou conseguir expressar o que o meu coração sente...
Vi colegas de sala chorando, e juro, me deu vontade de chorar também. Não pelas dores deles, mas porque também tenho as minhas, e muitas, que vêm sendo guardadas (algumas) desde a infância. Mais do que vontade de chorar eu senti os olhos encherem, mas engoli tudinho, pelo menos por hoje. Da próxima vez eu choro :/
Mas nem tudo foi na base do choro e por mais que a escola não seja o melhor ambiente do mundo, foi bom estar lá e melhor ainda estar com pessoas que têm problemas bem parecidos com os meus; problemas com os pais, em relacionamentos, amizades e principalmente, o ORGULHO. Quase todo mundo tem um orgulho ferido e isso está por trás de cada atitude ruim que nós tomamos com uma pessoa que nos chateou. E a orientadora tentou encontrar uma forma de deixar o nosso orgulho um pouco em off, porque afinal de contas, mais de uma pessoa se sentiu triste por ser orgulhosa, e sinceramente, eu larguei do meu orgulho (venho tentando fazê-lo) porque encontrei coisas mais importantes que pagar de invencível e maioral. Encontrei coisas mais importantes que o medo da resposta de alguém. Lemos um texto na sala que fala exatamente sobre isso, e o link tá aqui, vou postar agora no meu outro blog pra quem quiser ver: http://poesia--viva.blogspot.com/2009/03/versoes-de-mim.html .
Consegui me concentrar completamente no texto, consegui pensar junto com ele e creio que esteja tentando me desligar de coisas que já passaram, me desligar de tudo como arrependimento e lembrar apenas que tive opções e certamente devo ter escolhido a melhor pra mim. Hoje eu escolhi ter esse tipo de esclarecimento e todos os dias esses aprendizados me servem de algo, nem que seja pra tentar passá-los pra alguém com o mesmo empenho que me foram passados. Mesmo que seja pra abraçar alguém como eu quis abraçar a menina chorando do meu lado hoje. Tá, mas eu não abracei...
Durante mais de uma hora de aula eu refleti sobre quase tudo. Bem quieta e prestando atenção no olhar da professora em cima da gente; o professor tem aquele dom... de conseguir prestar atenção em todos ao mesmo tempo. Tenho a impressão de que todo mundo sente um professor olhando no fundo dos olhos ao mesmo tempo, e isso é o que eu acho magnífico na profissão. É isso que eu queria ser, esse era o dom que eu queria ter; o de olhar nos olhos e tocar alguém. Quem sabe um dia...
Ela também disse que a gente precisa se conhecer. E acho que ultimamente tenho entendido que não conheço NADA de mim; não estou perdida, meu caminho é bem claro, mas quem sou eu? É a maior pergunta da humanidade para cada um de nós.
Quem sou eu? Não é do que eu gosto, o que eu quero fazer da vida ou o que eu já fiz que explicita essa resposta. O ser vai um pouco além; o ser é o que a gente tem por dentro, a nossa história, o nosso coração, que aos poucos talvez possa ser desvendado e destrinchado, e apenas por uma brincadeira de acender um fósforo e falar das suas expectativas.
Sei lá, isso me fez refletir muito...
Boa tarde, uma margarida feliz de presente pra você.
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