A vida é engraçada mesmo. Às vezes rezamos pra esbarrar com uma pessoa na rua pra ter o prazer de sentir o coração pular e as borboletas no estômago... estranho é quando nossas preces são atendidas e a gente não sente nada. Nem sinal de vida do coração, muito menos as borboletas. Cadê aquela coisa toda que eu ansiava por sentir? Tinha tanto pra falar, tanto pra implorar, tanto pra me desculpar; mas quando te vi na minha frente o máximo que senti foi um desapontamento comigo mesma por ter passado tanto tempo chorando e aguardando por um encontro que não significou nada pra mim mas que vai ficar bem guardado na minha memória. Aquela noite de sábado foi o dia em que finalmente descobri que o amor passou, pelo menos pra mim. Amor era quando eu podia dormir e acordar do seu lado pra irmos ao shopping comer e ver filme; amor era quando você ficava na minha casa mesmo com a minha mãe te perturbando; amor era ficarmos juntos porque isso um dia já foi mais forte do que qualquer coisa - o amor acabou.
Pra ser sincera, eu lutei até pra que esse amor não sumisse de dentro de mim: peguei um pedaço dos nossos melhores momentos pra relembrar todos os dias, junto com eles, peguei seu sorriso mais bonito da "manhã", as noites mais divertidas e os carinhos mais aconchegantes... meus sentimentos estavam seguros e você era perfeito, tudo o que eu deveria era sentir saudades, meu amor verdadeiro.
Até eu te ver na rua, com aquele casaco de sempre que eu gosto tanto e carregando todo o peso das minhas lembranças. Meu coração não disparou e eu não quis sair correndo pros seus braços porque a pessoa das minhas memórias não está mais lá. Minha apatia foi a prova disso. Precisaram se passar três dias até eu pensar bem naquele sábado e perceber que eu sinto falta de ter um melhor amigo pra quem eu possa contar tudo, mas o amor? O amor se foi. Se foi de você, se foi de mim e virou um romance sim, com um final bem triste, enfim.
Eu acabei percebendo que gosto tanto do amor e da sensação de amar que eu preferia amar alguém que não existia mais a estar mergulhada no vazio de não amar ninguém. Quantas vezes eu quis ter a coragem que você teve de virar as costas e ir embora? Quantas vezes já não fiquei de saco cheio de ser enganada e viver presa? A resposta pra isso é maior do que os meus dedos podem contar. Assim como o tamanho do sentimento que eu tinha por você e que ficou lá, resguardado numa imagem que eu havia criado na minha cabeça sobre nós dois. Te ver na rua e sentir todo aquele seu desprezo calado em cima de mim conseguiu me libertar do amor que eu achava que ainda sentia. Vou passar muita saudade, é claro... mas o tempo foi generoso comigo em te fazer passar tão rápido, não aguentaria mais dois anos sofrendo por um amor que se mandou e não tá nem aí pra mim.
Obrigada por matar esse sentimento dia após dia :)
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