fevereiro 22, 2013

Comecei a escrever, desisti de escrever, parei pra ler o blog de uma amiga, voltei!

A vida é louca? Não! A vida é um mar de desilusões, uma complicação sem fim! Pode até ser meio doida em alguns aspectos, mas não a vida de quem vos fala... 

"Nada vai poder tirar da minha cabeça
Que isso tudo serve pra que a gente cresça.
Quase nada

Quase tudo
A gente não tem quase nada a ver
Mas o que tem a ver vale por tudo."

Minhas questões pseudoamorosas voltaram com tudo quando me deparei com a pessoa com quem eu pensava em ter um futuro junto deu a entender, não pra mim, que gostava de outra e que se pudesse, iria atrás dela retomar tudo. É claro que eu sou um monstro por ter ficado sabendo disso da pior forma possível, mas indo um pouco além do óbvio, a quem ele enganava? A si mesmo, aos outros ou a mim? Pergunta difícil de ser respondida, mais uma do monte que se acumulou durante bem mais de um ano. Na primeira vez em que parei pra pensar sobre isso, quis socar a parede por ter me envolvido na mesma situação, com a mesma pessoa, há exatamente um ano. Será que eu sou burra demais por ter deixado passar a primeira vez e dado outra chance? Não uma chance perfeita porque de tanto ser traída, traição é a última coisa pela qual preciso passar ao lado de alguém, não importa quem. Quando comecei um relacionamento, as traições deveriam ter ficado pra trás, não ficaram. E isso só fez abrir uma ferida maior ainda sobre as que eu vinha cultivando com o tempo... Não acho vergonha alguma perdoar traições e mentiras, todo mundo mesmo que não valha nada, merece uma segunda chance; terceira já é sacanagem. Se eu pudesse um dia conversar em paz, sem a necessidade de mentir pra tornar a realidade menos pior do que parece, eu adoraria perguntar sobre tudo que ao meu ver foi uma tremenda filha da putagem durante esse tempo. Talvez um segundo nome para a filha da putagem seja confusão: as pessoas machucam as outras descontroladamente quando estão confusas e muitas vezes não se dão nem ao trabalho de enxergar isso. Descobri que odeio confusão, descobri que a confusão alheia me deixou em pedaços de uma maneira pior do que poderia ser por eu ter me colocado inteira ali: corpo, alma, cuidados, amor, esforços, lealdade, companheirismo. Tudo o que não havia feito antes foi feito dessa vez, pela pessoa que eu havia escolhido, com o coração aberto e muitas vezes sabendo que não haveria nada em troca além de gritos, grosserias e todas aquelas coisas que fazem a gente chorar de desespero. Na verdade, não sei fazer outra coisa agora além de chorar por não entender o que eu posso ter feito de tão errado pra ter um caminho tão poluído por mentiras e maus tratos. Não vim aqui dizer que sou uma santa, muito menos que não minto ou algo do gênero, eu só nunca vou entender esse rumo que tudo tomou. Nunca vou entender o fato de a gente sentir tanta raiva do outro a ponto de recusar carinho, de deixar o outro ir embora sem ao menos demonstrar se importar, nunca vou entender qual é o propósito de falarmos tanto de amor e nos momentos mais importantes ignorarmos isso totalmente e seguirmos com a nossa vidinha inútil como se nada tivesse acontecido. Essa é a dimensão do amor que sentimos uns pelos outros? A primeira vez em que perdi um amor foi realmente uma sensação de enterro, morreu algo dentro de mim, morreu alguém pra mim e mesmo que não houvesse perda, já não sei quantas vezes me senti dessa forma! Não foi só a primeira vez, foram todas, serão todas...  E é desolador, as pessoas não ligam (ou atuam muito bem fingindo não ligar)! Os amigos te mandam "deixar pra lá", "acabar com essa merda", "esquecer", a outra pessoa provavelmente está fazendo isso... 

Será que afinal, o amor é isso? Amar e se importar por tempo determinado ou quando é conveniente? Engraçado, o meu amor não é assim. Então eu não deveria acreditar nesse tipo de amor que as pessoas me mostram por aí, do tipo "as pessoas não valem a pena", "daqui a pouco você esquece", "o mundo tá cheio de gente"... o mundo está realmente lotado, mas vale mesmo a pena entrar em zilhões de relacionamentos pra talvez passar pelas mesmas coisas pra sempre? Isso é cansativo pra porra! Chega um determinado momento que de tanto ver as mesmas coisas, lidar com as mesmas situações, o mesmo tipo de mentira, o mesmo tipo de tudo... a gente simplesmente se torna enfadonho, não quer mais saber, se desilude. Uma tirinha bem famosa na internet já dizia que antigamente ao invés de jogar tudo fora, as pessoas tinham o hábito de consertar. Assisti a uma entrevista na faculdade hoje que dizia mais ou menos o mesmo: todos são muito indispostos agora, ninguém mais quer se esforçar por nada. Apesar de ter perdido um pouco o foco no assunto, quero deixar um questionamento aqui: será que isso está acontecendo com o amor, com os bons sentimentos, com o cuidado, afeto, atenção? As pessoas simplesmente "deixam pra lá" porque é mais fácil fazer isso? 

Me parece que das minhas perguntas íntimas nunca vou ter a resposta, mesmo que algumas sejam bastante óbvias. Pra constar, eu nem gostaria de ter tais questionamentos. É impossível digerir o quanto de amor a gente dá, pro quanto de amor que a gente recebe e a forma com que isso acontece. Não quero que isso seja interpretado como uma queixa, a única coisa que eu realmente queria é saber o que de tão errado aconteceu pra que eu sempre fosse a diferente (geralmente de maneira negativa) pra alguém que eu tanto amei... infelizmente, as últimas memórias da bagagem são as de maus tratos. Do abraço recusado, dos pedidos surdos, da boca que não se dava ao trabalho de me beijar de volta, da pessoa que eu amo dormindo no chão pra não se deitar do meu lado, da pessoa que eu amo dizendo que se cansou de mim. Cansou de mim? Mas como cansou? Cansou do amor, do carinho, da cumplicidade, do banheiro sempre dividido, da companhia em excesso, do sexo? Cansou de ouvir a todos dizendo sobre o quanto eu sou ruim, fora dos padrões, não presto e que outra seria melhor? Cansou de sentir vergonha de mim na frente dos outros por eu não ser igual ao que todo mundo acha bonito e atraente? Ou cansou de suportar, uma a uma, todas as marcas que eu carrego? Não importa muito, cansaço é sempre cansaço e eu me senti, sei lá, uma quarentona prestes a se divorciar ao ouvir isso. 

É, acho que já passou da hora de guardar toda a intensidade numa gaveta. E deixar lá, pra morrer.

De todos os pedaços em que eu me fiz por tanto choro e mágoa, cada um deles tomou um destino e pela primeira vez, reclamar da vida não me trouxe frutos tão ruins assim.

Desabafei, boa noite!

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