Eu poderia vir aqui e postar um monte de coisas deprimentes sobre a minha situação. Mas não faz o mínimo sentido, não é nada que eu nunca tenha passado antes - aquela mesma ladainha de não confiar nas pessoas e um dia acabar descobrindo que eu não devia ter confiado mesmo, e a pessoa querendo a todo custo me convencer de que é um engano só pra um dia eu ficar na merda por ter acreditado tanto... nada de novo, afinal. Esse blog já viu tanta negatividade da minha parte que hoje eu quero falar de uma coisa mais ou menos (ou bastante) legal: mês de dezembro!
Não sei qual é a magia de dezembro (ou dos presentes de Natal que eu vou me dar) pra que eu fique tão animada com o mês em si. De fato, é o mês em que mais acontecem coisas boas e marcantes, desde sempre; dezembro dá um impulso de inícios, términos e coragem repentina provavelmente pela proximidade com um novo ano. Parece que a gente fica meio doido e resolve fazer tudo o que o medo não deixou fazer o ano inteiro. Finais de ano pra mim sempre foram os de começos e fins de namoros, brigas decisivas, decisões de cabeça quente... não sei porquê não viver assim todos os dias.
Amanheci falando sobre o quanto a cidade é bonita (lembrei que tem um rascunho foda feito por mim sobre o RJ na pasta do blog). E me dá até um apertinho no coração quando lembro das coisas boas que já vivi aqui e que faria questão de voltar no tempo só pra viver de novo. Isso pode ser clichê e até feio, mas um dia eu quero ser pra alguém o que ela foi pra mim: um momento inesquecível da vida, apesar dos pesares. Daqueles tão fortes que anos depois ainda se insiste em puxar o passado pelas pernas... de tão bom que era que às vezes não dá pra acreditar que foi só uma fase dentre muitas outras que deixou uma puta saudade - do solzinho da manhã, dos sumiços, dos celulares desligados pra todo mundo, do medo que eu tinha de cair e me ralar toda, dos mosquitos, do nariz sujo de sorvete, das fotos mal tiradas, dos presentes de Natal "anônimos", das flores virtuais, dos planos, das dancinhas na praia mesmo de jeans e camisa da escola... lembro de mim como uma pessoa completamente diferente. Lembro até de ter aprendido aos poucos fazer as coisas sozinha pra encontrar um caminho que me agradasse. Dezembro me lembra as despedidas, a insolação na virada do ano, a ansiedade pelo boletim da escola e até um cheiro diferente no ar... que saudade. Me lembra Fábio, Luísa, Xiao, gritaria na virada do ano, favelados dançando comigo na praia, telefonemas inesperados e risos quase incontáveis.
As coisas hoje não são tão lindas, brilhantes, não tem tons quentes ou aqueles azulados que talvez só eu goste. Parece que os anos vão passando e as flores se tornando pedras... a boa notícia é que antes de eu ter uma pedra no peito, eu conheci as tais coisas lindas, foram todas em dezembro. A única coisa que eu desejo é que dezembro continue cumprindo suas promessas e traga as minhas cores de volta.
"E as coisas lindas são mais lindas
Quando você está
Hoje você está
Onde você está
As coisas são mais lindas
Por que você está
Onde você está
Hoje você está
Nas coisas tão mais lindas..."
Um comentário:
Também tenho essa mesma impressão de dezembro. Acho as pessoas tão mais amigáveis, as coisas mais fáceis, o ar mais leve. Liberdade das férias, do sair sem ter hora pra voltar, das comidas das festas de fim de ano! É tudo muito mágico.
Gosto do teu jeito de escrever, é muito espontâneo.
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