julho 20, 2013

Just a matter of feeling.

Vou deixar aqui guardado e te mandar um dia, ou não.

Sou mesmo uma vergonha quando o assunto é demonstrar sentimentos e talvez por isso todo mundo quase me obriga a dizer as coisas. Um dia te falei que você estava me fazendo muito bem e mesmo que todo o resto seja uma confusão por culpa nossa (sim, minha por ser idiota e sua por não me avisar que eu estava sendo, não adianta correr da culpa pois vou sim colocá-la em você), essa é a maior certeza que eu podia ter nesse tempo: ninguém, ninguém mesmo conseguiu me arrancar tantos sorrisos e me fazer sentir pisando em nuvens como eu sentia com você por perto, mesmo que a gente ficasse se abraçando uma noite inteira e falando de todas as coisas esquisitas do passado e achando graça.

Um segredo: até as coisas que mais me fizeram chorar nessa vida se tornaram piada pelo seu jeito lindo de rir de tudo e acreditar que eu fiquei ótima e superei. Pode ser que eu não tenha mesmo mostrado da melhor forma o quanto eu ficava radiante por você aparecer na minha casa depois de eu colocar o pijama pra dormir. Aqui não funciona do jeito certo, ou do jeito legal, é impossível eu encontrar a medida certa pra qualquer merda e agora to aqui, com o celular no colo há vinte e quatro horas pensando em quando a gente vai parar de se falar e passar mais uns bons anos sem nos vermos. Até um dia em que a gente se encontre de novo e sinta que alguma coisa ali estranhamente faz sentido: se não for o Arpoador à noite, vai ser aquela música, e se não for a música, vai ser a mesma coisa que te fez me olhar daquele jeito (sim, olhou) na porta da minha casa quando eu ainda era uma bobona da escola e você me trouxe da festa.

Não posso ficar perto de você, não posso sentir isso, não posso fazer uma coisa da qual eu vá me envergonhar, me arrepender e quem sabe até te prejudicar. Você mesmo disse que não dá pra fazer o tempo voltar, e eu não vou fazer, não vou ao menos cogitar. Sabe o que é pior? O seu sorriso. A forma que você sorri é uma porra de uma praga que não sai da minha cabeça junto com o seu cheiro de cigarro impregnado no meu cabelo e aquelas músicas que eu detesto que ficavam tão lindas quando você cantava. E em que planeta isso não é nada? Em que planeta você é uma pessoa feliz me mandando sms sobre um assunto "nosso" às quatro da manhã? Queria poder te socar inteiro, falar que você fez merda, que é pra desfazer. No entanto, vou me limitar a escrever enquanto a agonia de não te ter mais aqui vai me consumindo um pouco aqui, outro pouco ali. Nem raiva de você consigo sentir, não tenho o menor motivo! Até a minha mãe percebeu a minha animação súbita e você não, cego, vesgo, problemático. Se você tivesse a menor chance de ler isso, sabe o que você faria? Implicaria com a menor palavra dita! Você é igual a mim, você é insuportável, eu quero te socar, te encher de beijo, te socar de novo, me esquentar no teu abraço, me perder em você e no final te socar mais ainda por você ser quem você é e eu só ter enxergado isso na pior hora da minha vida.

Idiota.
(não sei se eu, ou se você.)

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