julho 19, 2012

Ninguém precisa de lenços de papel se tiver um edredom; também não é preciso muito motivo pra chorar ouvindo John Mayer, nem que seja de alegria, o que não é o meu caso hoje. Eu só vim mesmo pra despejar o lixo, como sempre...

A cada dia que passa eu sinto mais vergonha de mim pelas escolhas erradas que eu faço. Em outros tempos eu teria amigos me dando bronca, mas agora às coisas mudaram tanto, cada um foi seguir sua vida... enquanto a minha continua parada. Nem de longe eu quero parecer uma pessoa invejosa, mas é que eu me sinto cada vez mais sozinha por ter os meus poucos amigos distantes e praticamente ninguém com quem eu possa contar nessas horas em que eu deveria estar conversando ao invés de escrevendo. Parece que todo mundo encontrou um caminho a ser seguido e eu, bem... Às vezes eu ainda me sinto com dezesseis, metida nas mesmas confusões, sem saber como vai ser o dia amanhã. Todo mundo foi casar, morar junto, ter filho, viajar pelo mundo... O que eu fiz nesse tempo? Me machuquei muito e envelheci uns 50 anos chorando as consequências de alguma coisa muito errada que eu fiz.

Enquanto uma daquelas pessoas que me mandavam "tomar jeito" está dormindo confortável, eu, que certamente não "tomei jeito", passo as noites acordada e chorando porque não importa muito o meu futuro, eu nunca tive e não vou ter metade das coisas que eu gostaria. Da última vez eu jurava que seria diferente, mas pra falar a verdade, eu não sei direito como é que faz pra mudar uma coisa que já nasceu comigo, tipo o gosto que eu tenho por pessoas que vão errar comigo, mentir pra mim e um dia, ir embora, continuando bem com tudo enquanto eu fico lá, despedaçada. De onde será que eu tiro forças pra continuar ao redor de uma pessoa que não se dá ao trabalho de me encarar e dizer a verdade não importa qual seja? Como eu consigo tirar até o que eu não tenho pra cuidar de uma pessoa que não cuida de mim? Aliás, quem é que cuida de mim?

Eu lembro até hoje dos conflitos pelos quais eu passei pra chegar perto dele e de como foi horrível tomar a iniciativa no meio daquele bando de gente. Sim, eu sou daquelas pessoas bem piegas que acham que o homem, se for o caso de estar com um, deve tomar a iniciativa. Não que eles estejam muito dispostos a fazer isso hoje em dia...

Eu esperava que aquele dia ali fosse o fim daquela solidão chata e incômoda de ser o ímpar dos pares. Pra falar a verdade, de um jeito ou de outro, eu contínuo ímpar, esperando por algo ou alguém que não existe. Alguém a quem eu possa confiar a minha vida inteira de olhos fechados, alguém a quem eu escolha quantas vezes for preciso no meio de milhões de pessoas sem nunca pensar em fazer algo diferente, alguém que seja corajoso o suficiente pra não precisar mentir, alguém que não vá me deixar chorando na cama como eu faço desde pequena, que tenha olhos e ouvidos sensíveis e mãos macias pra dar carinho, alguém que exista ao invés de ser mero sonho de meninas que não crescem...

Chega de escrever, chega mesmo.

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