maio 07, 2012

Último romance.

Melhor nunca listar a quantidade de posts que já fiz com esse mesmo título. É impressionante como certas coisas na minha vida não mudam, não morrem e ficam guardadas no mesmo lugar... essa música é um exemplo, me lembra um montão de coisas e com certeza quando eu estiver pulando no dia do show que eu tanto espero, vou dar aquela choradinha de leve pelos múltiplos significados dessas palavras pra mim.

Não lembro bem das razões que me fizeram começar a escrever esse blog, mas sei que muito do que eu disse aqui tinha nome, msn e endereço fixo numa cidadezinha muito confortável e cheia de praias; essa mesma pessoa trouxe um monte mudanças para o que eu chamava de vida. Fiz um corte saudável aqui na hora de editar.

Se eu fosse parar pra pensar, perderia as contas de quantos litros de lágrimas e de quanta solidão eu passei desde aquele abril de 2009 em que ela se foi... eu sei que tenho um dom especial de fazer tempestade em copo de água, mas não importa, eu perdi o rumo quando perdi aquela mulher. E demorei muito tempo pra reencontrá-lo. Pode ser que não tenha sido do jeito que eu acho que vivi, pode ser que as outras pessoas tenham visto (e viram) de uma forma diferente... e daí? A vida seria menos vida se eu não tivesse sentido uma coisa tão forte por alguém antes de chegar a ser adulta. E ela foi a companhia que eu esperava apesar das histórias ruins e péssimas que ficaram marcadas ao longo de mais de três anos blogando... aquilo ali pra mim foi o tipo de coisa que eu gostaria de reproduzir em todo tipo de imagem, palavra e experiência. Se um dia eu tiver que escrever algo sério sobre relacionamentos, o primeiro tópico seria: "Encontre alguém com quem você se sinta sempre jovem e que isso seja mútuo."; se sentir um jovenzinho é a receita pra fazer grandes mágicas (e grandes merdas) nessa vida.

Provavelmente se eu perdesse tempo divulgando esse link, muita gente apareceria apenas pra me chamar de sem vergonha. Mas sabe de uma coisa? Que se fodam todos, eu lembro desses dias com muito carinho pela quantidade de coisas que aprendi e pela bagagem que eu carrego pra ajudar a construir uma vida agradável.  Quando eu comecei, era como se Luísa tivesse caído do céu pra me tirar da monotonia de vida que eu levava (e nunca mais levei!). Bem ou mal, me sinto em dívida com ela, pelo olhar que eu tenho hoje sobre a vida, por todos os ursinhos espalhados pelo quarto, pelas flores na escola, pelos cartões, livros e bilhetinhos que eu ainda guardo... me sinto em dívida por ter me sentido tão especial enquanto eu não sabia o quanto era importante cuidar de quem cuidava de mim.

Deixando o passado de lado, eu aprendi a maior das lições com a existência dela: melhor do que um amor que um dia pode acabar, é uma amizade, mesmo que distante, de ex namoradas; de poder lembrar de coisas que ninguém mais lembra, de poder rir dos mesmos assuntos de sempre como se o tempo não passasse, essas coisas por aí...

Eu esperei tanto que ela voltasse mas nunca soube que os nossos corações e vidas tomariam rumos tão diferentes... e o que me espanta mais é que alguma coisa daquele tempo continua no mesmo lugar, talvez o que nos aproximou quando ela ainda era uma garota de república que fumava maconha na janela (sim, eu lembro!). E eu acabei lembrando disso tudo porque ela ainda escreve em blogs, quase do mesmo jeito que eu faço... aquele blog antigo, cheio de histórias e planejamentos que eram só nossos me trouxe de volta um ar de lembranças boas que ficou daquela época... não só dela, mas de tantas outras pessoas e situações! E nada disso ousa doer como já doeu antes...  Dessa vez são lembranças boas, de saudades boas, de um tempo que não vai voltar, mas de um tempo que eu guardo com carinho porque no final de tudo, o resumo é que fui feliz (e que a melhor maneira de se aprender a viver é vivendo, não que eu tenha aprendido ainda).

E chega de escrever por hoje :)

Um comentário:

Anônimo disse...

Muita gente realmente vê tudo diferente e acha que somos duas sem vergonhas.. mas eu sei porque isso! Porque eles não viveram :) eles só assistiram, como se fosse uma novela, tudo o que aconteceu.
Eles jamais sentiram na pele as saudades, jamais viveram os passeios, nunca dançaram num domingo chuvoso ou comeram sorvete gostoso da favela o/
O fato é que o que eu vivi com você não vou viver com mais ninguém e cada pequeno momento me traz lembranças muuito boas :)

Já te disse você vai ser sempre especial <3