Sabe aquelas coisas que você só faz uma vez na vida? A minha coisa única foi mandar uma música em italiano pra ela; uma música que eu cantava em casa com a minha avó e que não tinha tanto significado até eu perceber o quanto era parecida com o que eu sentia na época, lembro do dia como se fosse ontem e lembro de mim como uma garota tão pequena e indefesa que se eu me encontrasse no passado, me protegeria de um monte de coisas, inclusive dela (me imagino repetindo isso em 2013 ou 2015, quem sabe).
Agora a verdade, de todos os medos que eu tive e ainda vou ter, nunca me esconderia dos meus sentimentos, até porque eles sabem exatamente o caminho pra me perseguir; ainda assim não tenho raiva de sentir, mesmo quando esses tais sentimentos só me empurram pra pessoas que vão acabar comigo de um jeito ou de outro. Espero sinceramente que dessa vez não apareça nenhum infeliz pra me stalkear porque eu preciso muito de um momento de sinceridade daqueles que vão doer até em mim. Chorar como eu faço agora é o de menos, eu precisava mesmo me livrar do que eu venho guardando com tanto cuidado; chorar nessas horas me faz muito bem,
Roubando um pouco a ideia do post das saudades, lembro bem que mais ou menos nessa mesma época do ano passado fui, com o cu na mão, procurar por ela e levei aquele fora lindo do tamanho do universo. O engraçado é sempre saber que o assunto não acabaria ali, e também não vai acabar, sabe-se lá o motivo. Ela aparecer de um dia pro outro me deixou sem saber o que fazer e sem ter ajuda de qualquer pessoa, já que né?! Vergonha na cara e princípios me abandonaram lindamente, a última coisa de que preciso é de amigos me lembrando disso :)
Mas e aí, o que eu faço quando me pego chorando no meio da noite lembrando de coisas que nem de longe fazem parte da minha vida? As músicas, as tardes assistindo televisão com Lalá fazendo minha bunda de almofada, o sorvete azul do morro, os sumiços sem roteiro, as cartinhas aleatórias que eu guardo até hoje... não dá pra sair arrastando isso pra onde quer que eu vá, não dá pra desempacotar tudo de um dia pro outro, e também não dá pra conviver com o vazio que isso tudo me deixou. De toda essa confusão que se passa na minha cabeça e quem sabe até na dela, só estou certa de uma coisa: aquele dia não era o dia certo de largar tudo e forçar uma separação; aqueles motivos também não foram os motivos certos pra abrir mão de quem mais me deu alegrias (e tristezas, traumas, desconfianças... rs) em quase vinte anos de vida.
Chega, vou dormir (ou desempacotar coisas velhas e chorar uma cisterna de tanto olhar pra elas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário