setembro 09, 2011

A arte de gongar a vida alheia.

Isso aqui não é mais um blog pessoal. É, no máximo, um resumo de pensamentos, ilusões... tentativa de escrever coisa bonita. Mas só por hoje eu queria sumir com esse bloqueio e escrever um livro sobre os  sentimentos que vira e mexe me atormentam. Uma das poucas coisas capazes de me tirar a dor é escrever, já troquei muitas lágrimas por textos enormes, versinhos que já deixaram de existir... escrever é uma terapia, talvez por isso o blogspot esteja cada vez mais cheio de gente que parece até egoísta por tanto falar de si.

O problema é: de onde eu começo? Como é que eu escondo o que eu sei e ninguém mais pode saber? Meu blog pessoal deixou de ser pessoal a partir do momento em que comecei a mentir e fingir descaradamente. Não é como se eu não prestasse, eu apenas tento me defender pra não passar pelas coisas de novo.

Assim como esse blog, minha vida mudou muito em razão dos acontecimentos. Não tenho vergonha de dizer que não amei mais ninguém depois daquilo, muito menos que até hoje não me curei completamente da bagunça que a ausência dela deixou na minha vida. Se hoje eu pareço dramática e às vezes até negativa, é a dor vindo à tona, porque ainda dói. Não é como se fosse uma saudade, é dor pela forma com que um trator passou por cima de uma história que pra mim, era linda e de um relacionamento que chegava a deixar muita gente com inveja. Entre choros, brigas, desentendimentos, traições... porra, isso é tão pequeno quando eu lembro de como eu gostava dela e de como eu fugia do caos quando estávamos a sós, deitadas no colchão de ar ou perdidas passeando pela cidade. O que veio depois eu não gosto de lembrar, eu fiz de tudo pra esquecer, porque no fundo, não teve importância; aquela história já estava escrita independente do que viesse a acontecer na minha cabeça e na minha vida. Eu fui feliz, eu queria ter sido muito mais, queria ter errado bem menos mas quando vi, já era tarde demais.

E eu jurei pra mim que as coisas seriam diferentes com outra pessoa. Na verdade, não foram. Depois de um amor avassalador sou foda feelings, a gente percebe o quanto é difícil encontrar alguém interessante de verdade. E demorou, ah... como ele demorou! E ainda está demorando...

Na minha humilde opinião, é impossível encontrar uma pessoa 100% honesta. Não importa se pra amizade, casamento, sexo ou troca de figurinhas da copa do mundo. Eu não procuro. Eu não quero. Eu não sou honesta pra cobrar o mesmo de ninguém, por mais que muitas vezes eu queira esganar pessoas desonestas (o nome disso é egoísmo, só pra reforçar). Depois de tanto trair, mentir, magoar, entendo e posso até dizer que aceito as consequências.

Mas você acha que viver é fácil? 

Embora certas coisas e pessoas sejam fábricas de mentiras e sofrimentos, quem, em sua essência, não é? Eu nunca me apaixonei, por exemplo, por uma pré disposição a fazer caridade; eu me apaixono é pelos defeitos, pela capacidade que o outro tem de me fazer sorrir mesmo sendo a pessoa mais imperfeita do mundo... eu gosto disso, quero viver isso. Quantas vezes for preciso até eu encontrar as imperfeições que se encaixem nas minhas. Isso não vai acontecer se eu não me apaixonar, se eu não procurar. A única coisa pela qual eu tento lutar é pelo direito de fazer as minhas escolhas e talvez até de me arrepender por escolher errado. Eu quero ter histórias, aventuras, quero sumir de casa e não voltar nunca mais, quero viver grandes paixões, conhecer muitas músicas, cantar com amigos, acampar, fazer uma fogueira, um menáge... eu quero viver! Um filósofo muito esperto já dizia que a prova de que se está vivo é a dor que se sente, quando aquela mágoa tão profunda de viver lhe corta a carne, lhe corrói as esperanças... isso sim é viver, paralelo à alegria, está também a tristeza; como o seu deus e o seu diabo, como o bem e o mal. A vida é feita de emoções e nem todos os tipos são bons. Quero ter a oportunidade de conhecer todas.

As pessoas não entendem que eu preciso tentar; é como se fosse uma reabilitação que a cada dia que passa, é uma luta nova pra estar com a mente limpa daquela porcaria toda. Os meios não são importantes desde que eu alcance o fim que é sair do buraco que vem me mantendo refém desde aquele domingo ensolarado de 2009 no qual eu optei por abrir mão de quem eu acreditava ser o amor da minha vida.

Por hoje é só, porque dessa vez se eu tiver que errar, não vai ser por trair, não dar atenção e afins. Eu vou errar por motivos novos, e se eu não errar, que bom pra mim. Ninguém tem que se meter aqui.

Boa noite.

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