
Ela se pôs a esperar todos os dias regando flores com um coração brilhante e forte nas mãos... quem visse de longe, imaginaria uma rubi. A cada dia, a cada flor, um espinho, por acidente, arranhava um pedacinho do coração que acompanhava cada dia de flores regadas com a maior ânsia já vista. Seus vestidos azuis não eram mais os mesmos, escurecidos pelo tempo, seu rosto cansado não desistia dos sorrisos forçados acreditando que um dia ele chegaria para que essa dor estranha sumisse.
Por onde será que ele anda?
Ela se perguntava em silêncio com os olhos perdidos.
Será que pensa em mim?
Será que se esqueceu de voltar?
Entre tantas perguntas, olheiras e um jardim que precisava estar bonito pra um futuro a dois, era impossível reparar em espinhos e gotas de sangue que insistiam em transformar o branco das pétalas em escarlate.
Foi assim que se esvaiu um dia uma essência qualquer que mantinha o seu riso forçado... e junto com o riso, esvaiu-se o pranto, a dúvida, os olhos cansados. As brancas flores sorridentes haviam se transformado em folhas secas e a extensa grama escurecida abrigava no final de uma trilha um banquinho solitário onde uma jovem dormia manchada de sangue e segurando um coração humano ofuscado que havia parado de bater.
Um comentário:
Espero que o sorriso dela não dependa da volta dele para acontecer...
OBS: Legal você continuar escrevendo até hoje, hein?!
O layout tá bem diferente, gostei!
beijão!
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