junho 25, 2011

Com tantas oportunidades pra ver as corridas do tempo, ela se acertou consigo mesma entre dedicatórias de livros, poesias escritas no calor da noite e estrelas que a observavam de longe. Não importava mais o quanto havia lutado contra as circunstâncias ou as lágrimas desesperadas, até as fatalidades da vida acontecem por algum motivo desconhecido.
Apesar das noites vazias, da morte lenta dos cigarros, dos pulsos discretamente marcados... um dia o sono acabou. A menina cheia de sonhos que se acreditava mulher simplesmente passava a compreender que independente dos acontecimentos, a felicidade nunca estaria onde já se passou; felicidade é aquela coisa que não se deixa pra trás, está sempre à frente. Se o que era um presente lindo se transformou em mais um parágrafo para seu livro de memórias, é porque certamente não havia de compensar a necessidade ávida e sem nome que a devorava dia após dia.

E um desabafo calado ocupou as últimas páginas de mais um livreto de memórias que se encerraria no fundo de uma gaveta.

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