Por não ir ao cinema, sempre me atraso com as estreias bombásticas e só hoje assisti o tão comentado filme da Bruna Surfistinha. Apesar de ser aquele típico filme nacional (ou seja, beeeeeeeem trash), me impressionei demais (mas demais mesmo) pela trilha sonora. Cara, quem foi o responsável? Quem foi o gênio? Não existe uma banda mais depressiva e de drogado do que Radiohead. Embora esse mesmo sujeito tenha excluído totalmente a música brasileira, dei pulinhos com a trilha sonora que por sinal, é responsável pelo post (é claro que eu não escreveria sobre Bruna Surfistinha se não fosse Radiohead).
A partir daquele momento deixou de ser um filme curioso, uma história de puta - era a minha história também, as minhas músicas, a dor profunda do meu eu imaginando cada dia da vida daquela pessoa; os bons, os ruins, os clientes bizarros (rysos). Se ela diz que não se arrependeu, eu vou acreditar... afinal, se hoje ela é um tipo de pessoa, é devido à cada escolha que ficou no passado. Muita gente tem dificuldade em aceitar isso.
Quando vi nas cenas finais do filme aquela mulher abrindo a porta pra cumprir um de seus mil programas antes de largar a prostituição e um "replay" da cena de quando ela era apenas uma garota descabelada que fugia de casa, imaginei a quantidade de meninas que fazem isso por aí sem que encontrem a mídia, um final feliz, uma história que se transforma em filme...
Não li os livros, mas o filme, apesar do roteiro cagado, conta uma história tão real que quando chega ao fim, é quase impossível sair do cinema acreditando que "todo mundo tem final feliz". Serve mais como uma possível advertência de que prostituição não é glamour, não é saída pra falta de grana, falta de amor, falta de porra nenhuma e de que droga arrasta quem estiver no caminho pro fundo do poço, nem todo mundo encontra um marido e para de ser sugado pelo pó. Pra muitos é um caminho que não tem volta.
O filme, as músicas e até o roteiro cagado do filme me fizeram pensar nas escolhas que eu ando fazendo, e em cada ideia que o "diabinho" já me deu. Se eu afasto cada uma das ideias ruins, é pra não ter histórias pesadas como essa nas minhas costas pelo resto da vida.
Não sou forte o suficiente ;*
(e hoje não é meu dia de escrever...)
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